Ou estou com a mania que sou maduro, ou estou a crescer depressa demais.
Friday, 31 October 2008
Sunday, 12 October 2008
more than a thousand
''Eu sabia o meu lugar, que era a ausência de lugar.
Talvez eu tenha começado a ser escritor nesse dia, em que me debrucei num esgoto escuro e retirei das trevas uma menina de tranças.
Vivemos por um triz, morre-se como chama que tropeça no súbito escuro''
With a rope around the neck
Sunday, 21 September 2008
here we go again
De volta. Para um recomeço. Velhas e novas caras. Uma nova segunda casa. Um mundo diferente. Pegar na velha mochila cheia de rabiscos. No estojo cheio de memórias. Tantos momentos. Tantas histórias. Amigos a relembrar.
E, no entanto, só tenho uma palavra a dizer todos os anos quando as aulas recomeçam.
Foda-se.
Miguel
E, no entanto, só tenho uma palavra a dizer todos os anos quando as aulas recomeçam.
Foda-se.
Miguel
Sunday, 27 July 2008
choice
Foi outra questão que me assaltou há pouco, quando em 3 longas metragens, conhecidas por muitos como um pacote de pura acção e efeitos especiais, encontrei um pacote cheio de filosofia e pensamentos constantes.
''Why, Mr. Anderson? Why do you do it? Why, why get up? Why keep fighting?''
O gajo comum faz muitas vezes esta questão. Mesmo não sendo o mais inteligente, a ideia é perceber sempre o porquê das coisas. Filósofos e sábios experientes terão com certeza melhores respostas, mais elaboradas, demonstrando ideias que remotam aos primórdios do pensamento do ser humano, sempre esclarecendo um pormenor aqui ou ali; respostas baseadas em métodos científicos que têm como principal objectivo o conhecimento absoluto. Por outras palavras, este pessoal inventa fórmulas e equações cujas soluções irão alcançar o controlo das perguntas sobre a mente. Porquê? Porquê levantarmo-nos e continuarmos a lutar? Certamente a pergunta terá respostas mais simples para uma pessoa normal. A não ser que a resposta seja algo em que pensamos acreditar, e acabamos por perceber que aquilo por que valia tudo a pena deixa de existir como o conhecemos, e se torna diante dos nossos olhos uma ilusão revelada, uma forma de controlo que nos torna prisioneiros da nossa própria existência.
''Do you believe you're fighting for something? For more than your survival? Can you tell me what it is? Do you even know? Is it freedom? Or truth? Perhaps peace? Could it be for love? Illusions, Mr. Anderson. Vagaries of perception. Temporary constructs of a feeble human intellect trying desperately to justify an existence that is without meaning or purpose.''
Muitas vezes se utiliza um sentimento, seja ele qual for, para responder a esta resposta. E muitas vezes algo como um sentimento não se nota à primeira vista. Não reparamos que ele existe, apenas sabemos. E algo tão puro como um sentimento reflete-se numa pessoa distante, num objecto insignificante. Existe algo ou alguém que, bem dentro de um ser, o faça levantar-se e arredar caminho em frente. Mas.. não será isso também uma ilusão? E se um gajo como outro qualquer não for capaz de simplesmente encontrar uma resposta para algo tão simples?
''And all of them as artificial as the Matrix itself, although only a human mind could invent something as insipid as love.''
E se?
E se um sentimento não passar de uma mentira? E se a mente de um ser humano, aquele que se orgulha de ser o mais evoluído à face da Terra, aquele que possui uma capacidade de pensamento e uma lógica como nunca se viu em qualqer ser vivo, não passar apenas de uma mente maior em tamanho? E se essa mesma mente, uma mente tão avançada, não for capaz de encontrar resposta que justifique as consequências de um acto? E se, por não haver resposta possível, a mente de uma pessoa justifica um acto, uma existência que não tem significado ou objectivo, com algo que é irreal? E se uma crença, um sentimento, um desejo é afinal uma resposta desesperada que a mente nos dá, de modo a não manter uma busca incessante e sem sucesso por algo que verdadeiramente justifique um porquê?
''You must be able to see it, Mr. Anderson. You must know it by now. You can't win. It's pointless to keep fighting.''
O certo é que, se assim for, se a mente for um modo de controlo desenvolvido ao longo de milhares de anos desde o aparecimento do homem, não nos apercebemos. Pois, se assim for, o que a mente nos envia pelo resto do corpo é o que o corpo assimila como verdadeiro e não a questiona de maneira alguma. Mesmo assim.. Não vale sempre a pena? Mesmo que a crença seja o verdadeiro embuste da história da humanidade.. Não vale a pena quando acreditamos? Não vale a pena oferecermos cada suspiro da nossa respiração em prol de um bem maior? Não vale a pena levantarmo-nos para abrir a porta e saudar a vida com todos os seus obstáculos? Não vale a pena darmos um passo, sabendo que não demos apenas mais um, mas que agora é um a menos? Não é bom sermos donos do nosso próximo passo?
Muitos dizem que adoram a vida, com tudo o que ela tem de bom para oferecer. Dizem que, por a aceitarem plenamente e confiarem nela, vão por onde os levarem os próprios passos. Eu digo que sou dono dos meus próprios passos, e que são eles que me levam..
.. mas por onde eu quiser.
''-Why, Mr Anderson? Why, why do you persist?!
-Because I choose to.''
-Because I choose to.''
The Matrix Revolutions
Miguel
Sunday, 20 July 2008
Fuck II
É uma sensação familiar que me atrai. Ao longo de semanas que isto me percorre o corpo como um vírus. Chegou sorrateiro, deslizando por cada poro da minha pele e infiltrou-se em profundezas, multiplicando-se, espalhando-se por essa vastidão desconhecida à minha pessoa e atingindo-me em cheio nesse ponto vulnerável onde qualquer coisa nos dói como o inferno. E no final acabo por me sentir um autêntico idiota porque isto nunca acaba.
Era só uma profunda necessidade de escrever. Não importa o quê, apenas escrever. E depois esta questão torna-se um problema, porque eu não sei que raio hei-de escrever.
Bué estúpido né? .. Eu também acho.
Era só uma profunda necessidade de escrever. Não importa o quê, apenas escrever. E depois esta questão torna-se um problema, porque eu não sei que raio hei-de escrever.
Bué estúpido né? .. Eu também acho.
Saturday, 19 July 2008
Saturday, 5 July 2008
Imprisoned

Lá fora a esperança voa, sem restrições. O seu limite é nao ter limites. Lá fora, o resto do universo, onde esses pontos brilhantes que preenchem o céu iluminam o espelho cristalino e cintilante da água. Lá fora ouve-se bem no alto um som inesquecível que marca presença da maré alta que chegou para ficar indeterminadamente. Lá fora o vento define o percurso da simples folha que o abandonou. Que lhe virou costas e se fez a um mar por descobrir.
Cá dentro, um vazio.
É uma ânsia constante que percorre o corpo. Aqui os segundos não passam de meras suposições de cada mente, pois cada um viaja demoradamente e tem prazer em deixar pesadamente a sua marca em todo o decorrer desse grande ingrato que é o tempo. Inconformado, dizem, acelera e trava conforme o desejo de uma alma se encontra mais ou menos perto de se realizar. Enviado pela morte, é um manipulador egoísta que baseia o seu prazer no sofrimento de outrém.
O próprio suor parece escorrer pelas paredes. Apesar da composição e origem que os distingue, parece misturar-se com as lágrimas que descem serpenteando inundando o corpo e vão repousar enfim nos fracos dedos que tentam acariciar a terra que cobre o chão. Não há qualquer tentativa de se soltar de quem o fez prisioneiro do seu próprio feito. Não há nem nunca deve haver na vida uma altura para desistir. É moral e eticamente errado da parte do ser humano pensar sequer tal pensamento. Contudo, há uma outra altura. Aquele preciso momento em que nos apercebemos do erro e arcamos com as consequências para o resto da vida.
E não há segundas oportunidades.
Saber que a liberdade se encontra ao virar da esquina e no entanto não ter meio de a alcançar pela mais intensa das lutas do coração.. Saber que é uma simples parede que nos separa de um mundo inteiro.. Saber que há uma vida que nos espera com afinco do outro lado e que apenas se fica por um sonho impossível de concretizar.. Quando são simples correntes que nos prendem ao chão e nos impedem de abrir asas e voar para longe para refazer o que está mal feito e começar de novo.
Saber que ninguém nos deu uma oportunidade de ser alguém torna uma vida em algo sem razão aparente de ser.
Miguel
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