Monday, 16 June 2008

non writing

Bom, acho que já estava à espera. Este dia tinha de chegar. O dia em que eu não sei que raio é que hei-de escrever. É uma atitude bastante estúpida, ya. Criar um blog para ao fim de tantos posts dizer que, basicamente, não tenho mais nada a dizer. Por isso, vou-me limitar a não escrever.

Este acto, o de não escrever, vai ser o ''meu'' acto de não escrever. Estaria então a divina providência à espera de ver um blog a chegar ao seu fim depois de tão pouco tempo? Pois bem, meus senhores, lamento desiludir-vos mas estão enganados. Não, não tenciono deixar o resto deste texto em branco. Vou, isso sim, limitar-me a escrever. Sobre o quê? Sobre nada.

(Proviriam então outras questões do reino altíssimo, consistentes no facto de que o que eu estou a deixar aqui não faz sentido nenhum. O que é verdade.)

Para muitos, o não escrever é parar, pousar a caneta, lápis, fazer uma pausa, comer um kit-kat. Mesmo que para parar de escrever ou pousar a caneta seja preciso antes já ter começado a escrever. De maneiras que o não escrever incluiria também cenas como não dar início ao processo, não agarrar na caneta para depois a pousar, etc. Mas isso envolveria outras circunstâncias das quais não me apetece falar agora. A preguiça nasceu comigo e acompanhou-me durante longos 14 anos. Voltando ao kit-kat..

Para mim, o não escrever vai ser a minha liberdade. Sem regras, sem restrições. Acho que já o mencionei anteriormente. ''Escrevo quando, onde, sobre, o que me apetece.'' Pah ya, mas agora é uma beca diferente. Não tenho tema, nem assunto. Quanto muito teria inspiração, o meu amor, a minha musa, que está sempre no meu pensamento. Mas vou limitar-me a soltar as mãos neste teclado, como já fiz várias vezes em simples folhas de papel. E revelar-me como o puro anarquista que sou.

Já passa da meia noite agora. Os carros continuam a passar lá fora. Ouço ruídos de pneus a percorrerem rapidamente os pavimentos cobertos de água, salpicando as ruas em redor. E eu vou-me soltando. Hoje passei pela praia. É incrível, ver pessoas que aproveitam o tempo que lhes resta num imenso areal enquanto aguardam a chegada daquela não muito esperada e aclamada vaga que lhes vai tirar o seu local de pensamento, divertimento, relaxamento, ou apenas local para estar. E, pela primeira vez na minha vida, surgiu-me esta imagem como uma metáfora. Uma metáfora para a vida. Talvez mais para a minha do que para a de outros, e talvez por isso a tenha associado tão rapidamente, tal nunca me tinha acontecido. Mas é isso mesmo. Aproveitar o tempo que resta na minha praia antes que venha aquela grande onda que me vai atingir quando menos estiver à espera, e tentar tirar-me tudo o que me é querido. E nessa altura não estarei de costas. Não vou ver aquela grande montanha de água salgada com todo o lixo que lá vai parar (incluindo restos de comida, merdas tipo petróleo, e mijo) e ficar à espera que me dê um grande banho daqueles de gente badalhoca que não usa sabonete. Népia. Quando a vaga vier, vamos com ela.

E com isso damos lição a:
-todos os que cagam para tudo e para todos;
-todos os que pensam que são mais espertos que tu, apenas porque se acham superiores;
-todos os que usam o mar como casa de banho.

Hasta


Miguel

4 comments:

Carolina: said...

Para mim, o não escrever vai ser a minha liberdade
:D

Anonymous said...

:D

Anonymous said...

pk e k eskreves tanto aki se depois te obrigam a eskrever na escola, para alem de tares a criar um compromisso acad vez que escreves aki.

mas ta fixe e não devias parar.

fica bem

travolta da torre

Unknown said...

a filipa graça usa o mar como casa de banho x)