'Puta da aula de matemática. Nunca se faz um cú. Esta não faltou à excepção. Mas ao contrário de algumas outras, que chegam a ter uma ponta de interesse, desta vez esqueço as falinhas mansas do stor e perco-me a olhar pela janela. À procura de algo que me dê a volta ao ambiente por entre as nuvens do céu. A meu ver, neste momento não encontro quaisquer nuvens no céu.Por isso mesmo.
Acontece que neste momento prendem-se os meus pensamentos num outro lugar, não longe daqui, apenas a algumas salas de distância.
É lá que ela está.
Meu Deus, ajuda-me, porque já não é a primeira vez que sinto isto, não é de perto a primeira vez que isto me acontece. Só me apetece fugir. Sair daqui. Levantar-me, abrir a porta (talvez deixando-os perplexos, tanto o stor Pedro como os meus restantes colegas) e correr para a tal sala, aquela sala, constantemente vigiada dia após dia pela placa no topo da porta, onde é possível ler-se ''8ºB''. Este sentimento cresce a cada dia que passa, torna-se pesado, óptimo e ao mesmo tempo difícil de suportar. Chegava lá, contendo-me para enfrentar os olhares de rapazes e raparigas espantados.
Não quero saber. Já não. Que se fodam os olhares, eu só quero saber de um. O dela. Juro, nunca estive tão apaixonado por ela como neste preciso momento. Aquele sorriso, aquele cabelo, aqueles olhos..
Fodasse. O stor apanhou-me a escrever esta merda e obrigou-me a resolver mais um problema, assim do nada.
Enfim.. nem sei porque comecei a escrever. Saiu-me. A aula está quase a acabar, de qualquer das maneiras. À custa disto (a que nem sei muito o que chamar), a aula para mim passou mais lentamente, mas mais fácil de aguentar. E eu não paro de pensar nela.
Nunca.'
never thought a girl could ever make me write texts during math classes..
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